sexta-feira, 20 de junho de 2025

Stanislav Petrov, o homem que evitou uma guerra nuclear


Stanislav Petrov. Domínio Público.

“Quando o sistema exigia obediência cega, a consciência de Stanislav Petrov evitou uma catástrofe nuclear sem precedentes”





Na madrugada de 26 de setembro de 1983, durante o auge da Guerra Fria, o planeta esteve a segundos de uma guerra nuclear. Foi pelo ato de uma única pessoa que escapamos. Isso porque um homem decidiu pensar, raciocinar, sentir e agir com grande racionalidade, prevendo as consequências devastadoras de uma guerra nuclear.

Esse homem era Stanislav Petrov, tenente-coronel da Força Aérea Soviética. Ele estava de plantão na base de Serpukhov-15, uma instalação militar altamente secreta ao sul de Moscou, encarregado de monitorar sinais de ataques inimigos. Subitamente, os computadores alertaram: os EUA haviam lançado um míssil balístico. Depois, mais quatro.

O protocolo exigia reação imediata: comunicar ao alto comando e acionar a retaliação nuclear. Mas Petrov começou a raciocinar:

Por que apenas cinco mísseis?
Por que os radares de solo estavam silenciosos?
E se fosse um erro?
E se milhões de vidas estivessem nas suas mãos — dos dois lados da guerra?

Mesmo diante da pressão, do risco pessoal e da máquina militar soviética esperando um clique seu, ele decidiu confiar em algo mais profundo que qualquer sistema: seu discernimento, sua consciência e seu senso de empatia.

Hoje, muitos se perguntam: o que o guiou naquele momento?
Foi apenas uma decisão racional? Ou talvez algo mais?
Alguns dizem que foi a voz do bom senso. Outros, que foi reflexo de um coração piedoso, que soube se colocar no lugar do outro. E há ainda quem veja nisso uma verdadeira inspiração divina — um sussurro do Espírito Santo, agindo através de um homem comum para impedir o desastre total.

O que é certo é que os sistemas falharam — tecnológicos, militares e políticos.
A única coisa que não falhou foi a consciência de alguém que ousou interromper a cadeia de destruição com um simples gesto: não acionar os botões quando o sistema pedia para acioná-los.

Stanislav Petrov, ao invés de condecorado, foi repreendido pelo sistema.

Morreu em 2017, quase sem reconhecimento público. Mas sua atitude permanece como um dos maiores atos de paz silenciosa da história.

No momento atual, por incrível que pareça, estamos com diversos conflitos armados sérios no mundo e o risco da guerra nuclear não está afastado. 

Precisamos urgentemente de mais homens como Stanislav Petrov!



Para quem quiser entender um pouco dos conflitos mundiais sugiro que assista ao documentário Ponto de Virada: A bomba e a guerra fria


📌 Curiosidades históricas

  • 📍 Local do evento: Base de comando Serpukhov-15, região de Kaluga, URSS.

  • 🛰️ Causa do alarme falso: Reflexos solares nas nuvens foram confundidos por satélites como mísseis.

  • 🚫 Consequência evitada: Um contra-ataque soviético automático que, com alta probabilidade, teria iniciado uma guerra nuclear global.

  • 🎬 Filme/documentário: The Man Who Saved the World (2014), com participação do próprio Petrov.

  • 📚 Reconhecimento internacional: Após os anos 1990, Petrov recebeu homenagens da ONU e ONGs de desarmamento nuclear, mas sempre de forma tardia e discreta.



segunda-feira, 2 de junho de 2025

Victorina Miskalo Sagboni: a ilustre artista nascida em Joaquim Távora/PR

VICTORINA SAGBONI JOVEM
FONTE: Blog
 Victorina Sagboni

Poucas figuras representam tão bem a união entre sensibilidade artística, compromisso com a educação e valorização da cultura paranaense quanto Victorina Miskalo Sagboni. Nascida em Joaquim Távora/PR, em 1932, Victorina se destacou como artista plástica, escritora e professora, sendo, sem dúvida, uma das artistas mais festejadas e premiadas que a cidade já revelou.
Formada pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, sua carreira começou no Norte do Estado, onde atuou como diretora da Escola Normal Fernando Amaro, em Arapongas. Em 1964, retornou a Curitiba e passou a colaborar com o artista Guido Viaro no Centro Juvenil de Artes Plásticas (CJAP), instituição que viria a dirigir após a saída do mestre, consolidando seu papel como referência no ensino de artes visuais no Paraná.


Sua obra artística é marcada por múltiplas técnicas e suportes. Trabalhos como Porta Bidimensional (1979) mostram sua busca por novas formas de expressão estética, sempre com grande domínio técnico e profundidade poética.

Obra da autora
Fonte:  Blog Victorina Sagboni



Victorina também se destacou na literatura, publicando livros como Canção de Muitas Despedidas (1984) e Trovinhas Apenas... de Amor e Saudade, além de integrar a antologia Um Século de Poesia: Poetisas do Paraná (1953), organizada por Helena Kolody.

Faleceu em 2009, mas deixou um legado cultural que ecoa até hoje, tanto nas artes visuais quanto na literatura e na formação de novos artistas.

Victorina Sagboni não foi apenas uma grande artista: foi uma educadora visionária, uma poeta delicada e uma figura essencial na história da arte e da cultura do Paraná. Joaquim Távora pode se orgulhar de ter sido o berço de uma personalidade tão marcante.

Escola em Joaquim Távora. 
Fonte: 
Blog Victorina Sagboni

Domingo Um Passeio no Campo (obra da autora)

Esta matéria foi inspirada no blog Victorina Sagboni, ao qual recomendo a leitura.

Abaixo transcrevo uma poesia de Victória

PERCEPÇÃO

Existe no meu um coração sem vida.

Por causa da tristeza imensa, da ferida

que me ficou esperanças malogradas,

com gritos de revolta fui culpando a todos!

Mas percebi depressa o quando de injustiça

havia em meu protesto – Não havia culpas

de nada e de ninguém… nem mesmo culpa minha…

(fonte: Blog Victorina Sagboni)