Em meados do século XX, na zona rural do município de São Jerônimo
da Serra, no local então denominado Sítio Bela Vista, hoje chamado de Sítio São Jorge; Vicente Olegário de Proença, respeitado proprietário da região, costumava celebrar
novenas em devoção a São Gonçalo, no dia de comemoração do santo.
Num gesto de profunda fé e devoção, sêo Vicente decidiu fincar uma cruz esculpida em madeira de cedro para que a comunidade local pudesse se reunir e realizar
suas orações ao festejado santo.
Com o passar do tempo, algo inesperado aconteceu: a cruz de cedro brotou e expandiu seus galhos de maneira aparentemente inexplicável. Esse fenômeno ou milagre inspirou
ainda mais a devoção entre os habitantes locais.
A cruz que brotou começou a atrair visitantes com maior frequência, de maneira que começaram a surgir relatos de pessoas que diziam ter recebido graças
e milagres após terem cumprido promessas ou rezado aos pés da cruz, pedindo a intercessão de São Gonçalo a Deus.
Com o curso dos anos, contudo, uma tempestade violenta derrubou a árvore sagrada. Porém, ao invés de deixar que aquele símbolo de fé se perdesse
no tempo, a comunidade jeronimense decidiu honrar a memória da Cruz de Cedro, construindo uma gruta no local. Esse santuário se tornou um ponto de encontro para fiéis em busca de esperança, milagres
e conforto espiritual, produzindo relatos de graças alcançadas até os dias atuais.
Esse relato, adaptado por André Tressoldi, foi narrado por Jerônima Proença, antiga moradora e proprietária do local, e documentado por Marcelo Mello Costa,
publicado no livro Lendas e Contos Populares do Estado do Paraná, na página 51, com o título "A cruz de Cedro".
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